sábado, outubro 23, 2010

MAO amada



Ha alguns dias percebi os quadros de Manaus no meu quarto, envelhecidos.Resolvi digitalizá-los (não tenho recursos muito sofisticados, mas deu pro gasto) e essa foto é uma delas, Av. Eduardo Ribeiro,o ano desconheço. Não pelo ufanismo contagiante desses dias de festa, mas tenho uma paixão ingrata por este lugar que ora me fascina, ora me revolta.
E olhando essas fotos penso no caos em que se tranforma nossa cidade, comemorando com dois pra lá, dois pra cá a multidão atrás do "boi elétrico",com seus "tururys"(o que cá entre nós não passa de uma micareta fantasiada de cocá, arco e flecha).
Oh! multidão atrás do boi elétrico, atrás de vagas, atrás de água,atrás do coletivo, atrás de saúde, atrás de educação, atrás de cultura, atrás do boi.
Que saudade do bonde elétrico que nunca peguei, do metrô de superfície que nunca vi,do expresso que não funcionou, do monotrilho, que se Deus quizer, vai chegar...
E eu espero, do fundo do coração, que alguma coisa melhore, já que vivemos num canteiro de obras.
Não esquecendo da Copa, na qual barganhamos tudo, patrimônios, sonhos, língua,e até o jeito acabocado de ser, para obedecer a padrões de sei lá quem, por não sei quanto tempo.
Olhos nostálgicos frente a cidade que não conheci, fotos em preto e branco, a feiura de um teatro em construção, cercado por ruas enlameadas(hoje patrimonio cultural). Penso que talvez um dia tenhamos orgulho disso em que vai se transformar esse monte de projeto em AutoCad.
Ainda temos ruas enlameadas, só mudaram de lugar.Ainda temos uma Manaus em preto e branco, e essa é a que me revolta...
A outra , colorida de vermelho e azul comemora seu aniversário para o mundo ver. Tem fogos,bolo gigante, dois pra lá e dois pra cá...

Um comentário:

Ramon Oliveira... disse...

senhorita Priscila fico muito feliz de encontrar o seu blog, só não o sigo porque não têm espaço de seguimento. Mas acompanharei teus textos. Toda vez que encontro um blog de "escritores-de-escrita-livre-amazonense" busco acompanhar, para sentir os olores de uma escrita de nossa Terra.
Agora referente ao teu texto atual posso dizer que realmente Manaus Amazonas têm uma identidade nula, falo da identidade produto que é comercializada para os exteriores sulistas do Brasil. Agora minha própria avó, ex-lavadora de juta de um interior do amazonas chamado Mocambo, é exemplo de que a verdadeira autênticidade desta terra( com história popular, com tradição, com lenda, com conquista, com produção cultural) muitas vezes morre a míngua desconhecida ou é forçada a engolir este mesmo produto equivocado. Há um entopimento generalizado de nosso poder de identificação, de não-estigmatização,de liberdade

fora isso sua constante produção poética e interesse de dialogo sobre música também me agradou!

enfim me retiro por que meu texto já está "macetão" rsrssr!

Empatia e até!

obs:também tenho um blog, se quiser vê veja, se não quiser é sapo na lagoa rsrsrs!